A obra-prima em destaque nesta edição é um espelho de bronze feito no século 4º. Com o poder de refletir a imagem das pessoas ou de fazer fogo, os espelhos eram considerados objetos sagrados na antiguidade. Muitos espelhos importados da China para as ilhas japonesas tornaram-se símbolos de autoridade e eram enterrados como objetos funerários na sepultura de poderosos. Também este espelho foi encontrado em um mausoléu de terra, mas foi feito no arquipélago japonês ao estilo de um espelho chinês. Grande para os padrões do leste da Ásia e com 44,5 centímetros de diâmetro, foi fundido com muita habilidade. Os espelhos que lhe serviram de modelo representavam o mundo dos deuses na imaginação chinesa, mas os artífices japoneses não entenderam esses símbolos e os transformaram em seus próprios padrões originais. É uma peça que lança luz sobre a história da transmissão cultural no leste da Ásia na antiguidade.