O jornal Ming Pao, de Hong Kong, anunciou que não irá mais publicar, a partir de domingo, charges que vêm apresentando há décadas.
O chefe do Executivo, legisladores e policiais do território vinham sendo destacados nas caricaturas, que tiveram início há 40 anos.
O jornal não explicou a decisão no anúncio feito na quinta-feira, mas os desenhos vinham sendo criticados por funcionários de alto escalão do governo. Acredita-se que o periódico tenha recebido seis queixas nos últimos 7 meses.
Em outubro de 2022, um alto funcionário da polícia teria escrito ao jornal, dizendo que as charges tinham manchado a imagem da polícia, e exigiu que tomasse uma medida.
A Associação de Jornalistas de Hong Kong anunciou, em um comunicado, que a decisão poderá levar jornalistas a adotarem censuras próprias mais rigorosas para evitar críticas do governo.
Uma repressão a dissidência vem se intensificando desde que Hong Kong introduziu, em 2020, uma lei de segurança nacional para lidar com movimentos contra o governo.