Cúpula da Asean é concluída com pouco avanço sobre situação em Mianmar

Líderes de países da Associação das Nações do Sudeste Asiático concluíram uma cúpula com poucos avanços concretos no que se refere à resolução da situação em Mianmar.

As dificuldades enfrentadas pelo país foram o principal tópico da agenda do encontro de dois dias, realizado em Labuan Bajo, na Indonésia. A cúpula se encerrou na quinta-feira (11).

Combates entre o exército de Mianmar e forças pró-democracia têm continuado desde o início de um golpe dado pelas Forças Armadas do país em fevereiro de 2021.

Líderes da Asean debateram como encorajar o exército de Mianmar a implementar o plano de paz conhecido como Consenso de Cinco Pontos, que foi acordado entre lideranças da associação, incluindo o chefe do exército de Mianmar, em cúpula realizada em abril de 2021. O Consenso pede pelo “cessar imediato da violência” e pela provisão de assistência humanitária.

A declaração emitida pelo presidente da mais recente cúpula da Asean expressa profunda preocupação com a escalada dos conflitos armados e da violência em Mianmar.

O documento também afirma que os líderes reiteraram seu “posicionamento unificado” de que o Consenso de Cinco Pontos continua a ser sua “principal referência”. A declaração, no entanto, quase não menciona nenhum progresso específico para ajudar a acalmar a situação em Mianmar.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, que liderou a cúpula, concedeu uma coletiva de imprensa após os encontros. Ele ressaltou que os países da Asean devem se ater à questão da inclusividade, já que a credibilidade do bloco está em jogo. E acrescentou que a Indonésia está pronta para dialogar com quaisquer partes.

Enquanto isso, a ministra das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi, anunciou que a Asean agora pode entrevistar funcionários não militares em Mianmar como parte dos esforços da associação em fornecer assistência humanitária ao país.

Fontes diplomáticas afirmam que a Asean está buscando promover o diálogo entre as partes concernentes em Mianmar por meio do uso da oferta de apoio humanitário para estabelecer contato com forças pró-democracia e outras.