O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, anunciou planos de modificar o sistema eleitoral para assentos no conselho distrital do território, de acordo com sua intenção de evitar que candidatos pró-democracia concorram a um cargo nas eleições.
Lee revelou o plano durante uma entrevista coletiva concedida na terça-feira.
A mudança proposta vai eliminar 9 dos atuais 479 assentos nos conselhos, e reduzir o número de posições eleitas diretamente para 88. Isto representaria uma redução de mais de 90% das posições atualmente escolhidas pela população, para menos de 20%.
De acordo com essas medidas, as autoridades planejam pré-examinar todos os que desejam se candidatar, para se certificar de que eles são o que descrevem de “patriotas”.
As autoridades monitorariam também as atividades de conselheiros eleitos.
Lee disse que as autoridades precisam tapar todos os buracos do sistema, para evitar que os conselhos distritais de Hong Kong voltem a se tornar uma plataforma para violência, independência de Hong Kong e destruição mútua.
Dentre as eleições passadas de Hong Kong, aquelas voltadas aos conselhos distritais são as que, segundo relatos, teriam mais precisamente refletido a opinião pública. Em 2019, quando eleições foram realizadas pela última vez, a bancada pró-democracia obteve uma vitória esmagadora, garantindo mais de 80% dos assentos.
Posteriormente, Hong Kong revisou seus decretos, passando a exigir que conselheiros distritais prometam lealdade ao governo do território.
O número de conselheiros desde então foi reduzido a um terço, depois que muitos legisladores pró-democracia renunciaram ou foram desqualificados devido à revisão dos decretos.