Seis meses depois de terremoto no centro do Japão, desafios e esperança permanecem

Moradores marcaram os seis meses que se passaram desde que um grande terremoto atingiu a Península de Noto e áreas próximas no centro do Japão. Muitas comunidades ainda estão lutando para se reconstruir após a devastação.

O terremoto de magnitude 7,6 matou 281 pessoas na província de Ishikawa. Cinquenta e duas dessas mortes foram causadas por doenças pós-desastre, como fadiga e estresse psicológico. Autoridades dizem que três pessoas ainda estão desaparecidas.

Pessoas da região fizeram um momento de silêncio para refletir na segunda-feira no exato momento em que o terremoto aconteceu no Dia de Ano Novo.

Kunishige Keiko reza para que isso nunca aconteça novamente. Ela administra uma pousada na cidade de Suzu, onde o tsunami provocado pelos tremores atingiu o litoral. Muitos outros moradores não retornaram. Kunishige disse: “As pessoas ao meu redor estão gradualmente deixando essa área. Eu me sinto sozinha e ansiosa com o futuro de Suzu.”

Estima-se que 22 mil edifícios foram danificados de forma irreparável em áreas atingidas pelo terremoto. Eles precisam ser demolidos pelos municípios locais mas, até agora, apenas pouco mais de 900 dessas estruturas, cerca de 4%, foram demolidas.

Em 25 de junho, 2.288 residentes de Ishikawa ainda estavam alojados em abrigos de evacuação, enquanto profissionais que realizam trabalhos de reparos habitacionais estão lidando com um enorme acúmulo de casas danificadas.

Enquanto isso, empresários como Minamidani Miyu estão tentando reconstruir os meios de subsistência destruídos pelo desastre. Ela administra uma barraca de feira com sua mãe, especializada em um condimento salgado feito com lula em conserva. Seu ingrediente principal é o “ishiru”, um molho de peixe tradicional da Península de Noto. O terremoto destruiu sua oficina e todo o seu estoque.

Minamidani quase perdeu a esperança, mas decidiu reconstruir e manter vivos os sabores passados por sua família de geração a geração. Por meio de crowdfunding on-line, ela arrecadou mais de 120 mil dólares. Recentemente, ela começou a participar de discussões sobre a reconstrução da área da feirinha. Ela disse: “Espero que a cidade se torne um lugar que atraia muitos visitantes”.

Minamidani diz que trabalhando junto com outras pessoas agora, seis meses depois, ela pode finalmente ver o futuro tomando forma.