Informações

Terremotos no Japão

1. Evacuação de estrangeiros – Como salvar todos durante um desastre
2. Preparação para o Grande Terremoto de Nankai
3. Presença feminina em redução de danos em desastres
4. Alertas de movimentos do solo de longo período são acrescentados ao sistema de alerta urgente de terremoto.
5. Como devemos agir na ocorrência de forte terremoto?
6. Zona de intensidade sísmica anormal
7. Novo sistema de alerta de terremoto para o norte e nordeste do Japão



Evacuação de estrangeiros – Como salvar todos durante um desastre

1. Como superar desastres no Japão?

Quando ocorre um desastre no Japão, há vezes em que estrangeiros que vivem no país se tornam vulneráveis, pois enfrentam diversos riscos devido a diferenças linguísticas e culturais. Nesta série, vamos focar em dicas que podemos aprender com vários casos em todo o país.

Há em torno de três milhões de estrangeiros que vivem no Japão, excluindo os viajantes de curto período. Isso significa que uma em cada 50 pessoas é estrangeira, perfazendo cerca de 2% da população total do país.

Sobre o número de estrangeiros por país e região que vivem no Japão: a China tem o maior número de pessoas, seguida do Vietnã, em segundo lugar. Mais e mais vietnamitas têm vindo ao país para participar de programas de treinamento técnico em produção industrial e agricultura. Já a Coreia do Sul ocupa a terceira posição; as Filipinas, o quarto lugar; e o Brasil, o quinto.

A chinesa Yang Zi, do Instituto para a Diversidade Humana do Japão, visitou diversas áreas afetadas por desastres, incluindo a província de Kumamoto, que foi atingida por um forte terremoto em 2016. A pesquisa de Yang foca na situação de estrangeiros afetados por desastres.

Yang Zi afirma que, embora a palavra “estrangeiro” seja empregada coletivamente para designar todas as pessoas de origem estrangeira, elas possuem seu próprio idioma e sua própria cultura. Desse modo, é importante tanto para os japoneses como para os estrangeiros compreender e ajudar uns aos outros durante um desastre. Yang ressalta a necessidade de proporcionar apoio que corresponda a diversas línguas e culturas.

Estas informações são do dia 14 de março de 2023.

2. História de um paquistanês que enfrentou fortes terremotos logo depois de chegar no Japão

Sheeraz S. Khan, imã paquistanês, vive na cidade de Kumamoto, no sudoeste do Japão. Fazia um mês que tinha se mudado para a cidade quando um terremoto que registrou 7 na escala japonesa de intensidade sísmica que vai de 0 a 7, atingiu a cidade no dia 14 de abril de 2016. Khan achou que seria perigoso permanecer dentro do edifício e então evacuou para um parque próximo à mesquita com outros muçulmanos. Era noite e começava a chover.
Khan e seus acompanhantes enfrentaram então a “barreira da língua”.

Ele disse que “veio um veículo do governo local e nos disseram algo, mas não pudemos compreender o que diziam. Tivemos que permanecer ali toda a noite”.

Khan e seus acompanhantes finalmente chegaram a um abrigo, mas encontraram outro problema: a comida no local.
Muçulmanos escolhem alimentos com certificação halal para consumir. Halal é a designação dos produtos que os muçulmanos podem consumir conforme a lei islâmica. Mas Khan diz que não sabia que tipo de ingredientes havia na comida servida no abrigo, e por isso não pôde comer nada. Ele perguntou ao pessoal do local sobre os ingredientes, mas eles disseram que não sabiam pois se tratava de uma situação de emergência.

Estas informações são do dia 15 de março de 2023.

3. Como um grupo de intercâmbio local tem ajudado moradores estrangeiros

Quando fortes terremotos atingiram a província de Kumamoto, em abril de 2016, cerca de 4.500 pessoas de diversas nacionalidades que moravam na cidade de Kumamoto acabaram sendo afetadas. Incluíam-se aí pessoas do Paquistão, da China, da Coreia do Sul e das Filipinas.

A Fundação Internacional de Kumamoto as ajudou. A organização é incumbida pela Prefeitura local para que consulte moradores estrangeiros a respeito de suas vidas cotidianas. O Centro Internacional da Cidade de Kumamoto, onde se encontra o escritório da fundação, foi designado como a base de operações para ajudar estrangeiros em caso de desastres.

Yagi Hiromitsu, que era o chefe do secretariado na época, entrou em ação imediatamente para que o centro servisse como um local de evacuação capaz de lidar com diversos idiomas e culturas. Yagi disse que fez rondas para perguntar a pessoas a respeito de idiomas ou outros problemas, e se elas precisavam de ajuda para acomodar suas próprias culturas.

Até 140 pessoas, incluindo japoneses e estrangeiros, buscaram abrigo no centro. Informações sobre cronogramas de refeições, transportes, etc., eram afixadas em um quadro branco nos idiomas inglês, chinês, entre outros.

Funcionários da fundação também responderam a diversos requisitos alimentares, de acordo com a religião e cultura. Yagi Hiromitsu afirmou que algumas pessoas ficaram aliviadas depois de receberem explicações sobre os ingredientes.

Estas informações são do dia 16 de março de 2023.

4. Estrangeiros que se encontram em locais de evacuação

Os terremotos de abril de 2016 na província de Kumamoto trouxeram caos para diversas áreas e destruíram vias de passagem. Nem todos os residentes estrangeiros conseguiram chegar ao local designado como base de operações para ajudar estrangeiros em caso de desastre. Por isso, autoridades locais se dividiram em grupos e fizeram rondas pelos locais de evacuação em busca de estrangeiros.

Yang Jun, que vive em Kumamoto há 30 anos, prestou ajuda a chineses que foram evacuados. Ela oferece atendimentos em chinês na Fundação Internacional de Kumamoto. Quando ela visitou os centros de evacuação, ela percebeu que estrangeiros se encontravam isolados em um local lotado de japoneses.

Yang disse: “Quando eu lhes perguntei ‘como vocês estão?’ em sua língua natal, mesmo as pessoas que já viviam no Japão há anos ficaram aliviadas. Tanto que algumas chegaram a chorar”.

Barreiras no idioma causam diversas dificuldades. Em um dos centros de evacuação, japoneses desalojados reclamaram que um estrangeiro vinha pegando mais suprimentos do que o necessário para uma pessoa. Ao conversar com o estrangeiro em questão, Yang descobriu que o indivíduo estava pegando suprimentos a mais para um membro de sua família que estava ausente durante o dia. Quando Yang explicou a situação para os outros evacuados, o desentendimento foi resolvido.

Estas informações são do dia 17 de março de 2023.



Preparação para o Grande Terremoto de Nankai

1. O que se sabe sobre o potencial megaterremoto

Há 12 anos que o terremoto e tsunami de 2011 devastaram o nordeste do Japão. Esta nova série destaca o que se pode fazer como preparação diante de outro megaterremoto, que os especialistas alertam que pode ocorrer no futuro próximo na fossa oceânica ao largo da costa do país voltada para o Pacífico. Hoje vamos apresentar o que se sabe sobre o potencial desastre.

Existe uma longa fossa no fundo do Oceano Pacífico ao longo da costa japonesa nas partes central e oeste do país. A fossa se estende por 700 quilômetros desde a Baía de Suruga, ao largo da província de Shizuoka, até o Mar de Hyuganada, ao largo do leste de Kyushu. Batizada de Fossa de Nankai, a enorme depressão se forma onde a placa tectônica do Oceano Pacífico submerge abaixo de uma placa terrestre em que se situa o arquipélago japonês.

À medida que uma placa se afunda sob a outra, energia potencial elástica se acumula nas extremidades da placa. Quando esta força chega a um limite, as placas se sacodem repentinamente, enviando ondas sísmicas. É assim que se forma um megaterromoto, como o estimado Grande Terremoto da Fossa de Nankai.

Dados históricos revelam que terremotos dentro de níveis de magnitude 8 ocorrem repetidas vezes ao longo da Fossa de Nankai a cada 100 a 150 anos. O último, um sismo de magnitude 8, ocorreu em 1946. O terremoto de Nankai de 1946 causou danos extensos em várias partes do oeste do Japão.

O Comitê de Pesquisa sobre Terremotos do governo japonês afirma que existe uma possibilidade de 70% a 80% de que um terremoto de magnitude de 8 a 9 pode ocorrer na área dentro dos próximos 30 anos. O comitê alerta para riscos de extensa destruição, excedendo em muito os danos do desastre de 2011, nas regiões de Shikoku, Kansai, Tokai e outras.

Estas informações são do dia 6 de março de 2023.

2. Estimativas de danos

Esta série tem como foco um megaterremoto que, segundo especialistas, pode ocorrer em um futuro próximo ao longo da Fossa de Nankai, situada ao largo da costa do Japão voltada para o Pacífico. Fala-se que o sismo é capaz de provocar mais danos do que o terremoto e tsunami que devastaram o nordeste do país, em 2011. Desta vez, vamos observar as estimativas de danos.

Especialistas preveem que fortes tremores, variando de 6 a 7 na escala japonesa que vai de 0 a 7, poderiam ter alguns minutos de duração no caso de um Grande Terremoto de Nankai. Eles estimam que cerca de 82.000 pessoas podem perder a vida por causa de prédios desmoronados.

Tsunamis de até 34 metros de altura podem atingir a costa da província de Kochi, no oeste do Japão, nas proximidades da região do epicentro. Tsunamis de até 5 metros de altura podem atingir cidades de grande porte, incluindo Nagoya e Osaka.

Outra característica no caso de um Grande Terremoto de Nankai é que a região do epicentro se encontra próximo da costa. Portanto, um tsunami seria capaz de atingir a terra firme em um curto espaço de tempo após um terremoto. Algumas áreas podem ser atingidas pelo tsunami em apenas dois minutos. Na pior das hipóteses, até 230.000 pessoas poderiam perder a vida. Isso representa mais de dez vezes o número de mortes do desastre de 2011.

Regiões que seriam afetadas coincidem com zonas industriais no “Cinturão do Pacífico”, onde mora quase a metade da população do Japão. Embarques de produtos industrializados a partir do Cinturão do Pacífico perfazem por volta de 70% do total do país.

A economia japonesa poderia sofrer perdas de até 214 trilhões de ienes, ou 1,6 trilhão de dólares. Trata-se de mais de dez vezes os danos decorrentes do desastre de 2011 e duas vezes o orçamento do país.

Estas informações são do dia 7 de março de 2023.

3. Informações Extras sobre o Grande Terremoto da Fossa de Nankai

Nesta série, damos destaque ao megaterremoto que especialistas dizem que pode vir a ocorrer num futuro próximo na Fossa de Nankai ao longo da costa japonesa voltada para o Pacífico. Hoje apresentamos as Informações Extras sobre o Grande Terremoto da Fossa de Nankai que devem ser divulgadas quando a probabilidade de um grande tremor for considerada elevada.

Em 2019, o governo lançou um sistema de informações em antecipação ao terremoto da Fossa de Nankai.

A Agência de Meteorologia vai divulgar informações que pedem que o público fique alerta quando as chances do grande terremoto forem consideradas relativamente altas, seguindo-se a um evento fora do comum, tal como um grande tremor próximo da fossa.

Informações serão divulgadas inicialmente com um aviso de “sob investigação” quando um terremoto de magnitude 6,8 ou mais atingir uma área perto da fossa ou quando qualquer outro movimento extraordinário for observado nas extremidades das placas. O anúncio será seguido de uma reunião de um painel de especialistas, que debaterá se o evento observado é relacionado ao megaterremoto que se prevê. Informações adicionais serão divulgadas depois de, no mínimo, duas horas.

As informações serão marcadas com frases como “alerta para megaterremoto” ou “recomendação diante de megaterremoto”, dependendo da estimada probabilidade de que o terremoto venha de fato a ocorrer. Quando a possibilidade for considerada baixa, informações marcadas como “sob investigação” serão divulgadas.

Estas informações são do dia 8 de março de 2023.

4. Medidas a tomar

Na série sobre o megaterremoto que especialistas antecipam para breve na Fossa de Nankai, ao largo da costa japonesa do Pacífico, falamos hoje a respeito de medidas a tomar.

O governo do Japão recomenda à população que siga as diretrizes a seguir quanto ao que fazer quando forem emitidas Informações Extras sobre o Terremoto da Fossa de Nankai.

Com a emissão de informações definidas como Alerta Preventivo de Fortíssimo Terremoto, a população poderá dar continuidade às suas atividades normais enquanto se prepare para a possibilidade do tremor. Deverá se certificar de que a mobília esteja fixada firmemente na moradia e verificar a localização de centros de abrigo e rotas de abandono de áreas de risco.

Já com a emissão de informações definidas como Alerta de Fortíssimo Terremoto, pessoas em “zonas de retirada antecipada” deverão deixar a moradia por sete dias. Prefeituras designam como zonas de retirada antecipada áreas nas quais não deverá haver tempo hábil para afastamento em casos de tsunami. Centros de abrigo são providenciados para estas áreas.

Escolas e negócios fora das zonas de retirada antecipada devem dar sequência às atividades normais, mantendo-se porém vigilantes. Afinal, interromper todas as atividades diante do risco de terremoto resultaria num impacto excessivo sobre a economia e a sociedade.

Uma eventual suspensão do alerta de retirada antecipada dentro de sete dias não afastará inteiramente o risco de terremoto. As pessoas devem exercer cautela contínua mesmo depois de retornar à moradia.

Convém a moradores ou pessoas que trabalhem em zonas de retirada antecipada a verificação de informações detalhadas na prefeitura local.

Estas informações são do dia 9 de março de 2023.

5. Modos de se proteger de águas de tsunami

Na série sobre o megaterremoto que especialistas antecipam para breve na Fossa de Nankai, ao largo da costa japonesa do Pacífico, falamos hoje a respeito de modos de se proteger de águas de tsunami em rápida aproximação.

Uma comissão de especialistas que assessora o governo japonês fez uma projeção do tsunami a ser causado pelo megaterremoto da Fossa de Nankai. Concluiu que as suas águas atingirão 10 metros em cinco minutos na província de Shizuoka; em 12 minutos nas Ilhas Izu; e em 16 minutos na província de Mie. O tempo necessário para atingir 20 metros de altura será de sete minutos na província de Shizuoka e de 13 minutos nas Ilhas Izu. Em comparação com o megaterremoto ocorrido em 2011 no Japão, prevê-se que o da Fossa de Nankai ocasione um tsunami maior e mais acelerado.

E de que modo a população poderá se proteger? Uma simulação preparada pela prefeitura de Owase, na província de Mie, estima que, se os 16.917 habitantes do centro da cidade passarem a abandonar a região 20 minutos depois do terremoto, 3.201 pessoas não conseguirão escapar das águas e morrerão. Contudo, se a população buscar refúgio cinco minutos após o tremor, todos os moradores conseguirão se salvar.

Estimativas publicadas em 2019 pelo Escritório do Gabinete do Japão indicam que, se um grande número de pessoas passar imediatamente a buscar refúgio em casos de tsunami, o número de mortes no país será até cerca de 80% menor.

Katada Toshitaka, professor da Universidade de Tóquio, adverte: “A pessoa pode se afobar e fazer buscas de informações no smartphone ou verificar no aparelho as condições nos arredores, mas não haverá tempo para isso.” Ele ressalta: “O mais importante, para proteger a própria vida, é fugir da catástrofe tão logo quanto possível.”

Estas informações são do dia 10 de março de 2023.

6. Locais de evacuação no evento de tsunami

No episódio de hoje, falaremos sobre locais de evacuação no evento de um tsunami.

Na cidade costeira de Nachikatsuura, localizada na província de Wakayama no oeste do Japão, a previsão é de que um tsunami atinja a cidade três minutos após a ocorrência de um megaterremoto na Fossa de Nankai. A altura do tsunami pode chegar até 18 metros no momento em que atingir cidade.

Nachikatsuura vem construindo torres de evacuação e escadas que conectam diretamente ao telhado dos prédios mais altos e resistentes. Outros municípios japoneses também estão adotando medidas similares.

Mas onde seria o local mais seguro em realidade para se dirigir em uma evacuação? Correr para uma torre de evacuação ou teto de um prédio alto nas proximidades é uma forma de evacuar rapidamente. Mas existe a chance de que, mesmo assim, não seja possível evitar ser atingido pelo tsunami caso sua altura ultrapasse tais estruturas. Evacuar para terrenos mais elevados pode levar mais tempo, mas significa que você terá mais chances de se abrigar em locais mais altos.

O professor Katada Toshikata, da Universidade de Tóquio, afirma que ambas as opções possuem seus méritos e deméritos. Ele reforça a importância de se manter em mente as alternativas à disposição e avaliar qual seria melhor dada uma situação específica. Analisar tais alternativas previamente é importante para que a escolha da melhor rota de evacuação seja feita rapidamente no caso de uma emergência.

Estas informações são do dia 13 de março de 2023.



Presença feminina em redução de danos em desastres


1. Medidas contra desastres sob o ponto de vista das mulheres

O Japão é um país frequentemente afetado por chuvas intensas, terremotos e outras calamidades. Uma questão premente é definir medidas contra desastres que levem em conta a visão feminina das coisas. Uma pesquisa do governo japonês diz que, em mais de 60% das prefeituras do país, nenhuma mulher é encarregada de redução de danos em desastres.

O governo nacional realizou a primeira pesquisa sobre a presença de mulheres em gestão de desastres, com a consulta a 1.741 governos municipais do Japão. O resultado do levantamento, publicado em maio de 2022, mostra que não tinham funcionários do sexo feminino no setor 1.078 prefeituras — 61,9% do total.

Entre províncias com maior ausência de mulheres nos cargos, as de Nagano, Toyama e Iwate foram as campeãs, nas quais mais de 80% dos seus municípios não têm presença feminina no setor.

Na extremidade oposta, quanto a províncias com o menor número de governos municipais sem presença feminina, saiu à frente Tóquio, onde não mais de 20% dos municípios estão nesta situação, seguida das províncias de Shizuoka e Osaka. Foi constatado que todos os governos distritais da região central da capital japonesa têm mulheres encarregadas de medidas para redução de danos em desastres.

A média da presença feminina no setor em todo o país foi de 9,9%. Ainda no ano fiscal encerrado em março de 2019, era de 31% o índice geral correspondente ao sexo feminino na área administrativa das prefeituras do país. A comparação dos índices deixa claro que fica muito a desejar a participação de mulheres na redução de danos em desastres no Japão.

Estas informações são do dia 23 de fevereiro de 2023.

2. Problemas que podem surgir quando há poucas funcionárias encarregadas da gestão de desastres

Na segunda parte da nossa série sobre medidas para a redução de danos em desastres sob o ponto de vista das mulheres, vamos conhecer os problemas que podem surgir quando há poucas funcionárias encarregadas da gestão de desastres.

Principalmente as autoridades municipais são encarregadas de medidas de mitigação de desastres são responsáveis pela preparação de suprimentos de emergência e pela criação de um ambiente melhor nas instalações de evacuação.

Algumas pessoas estão manifestando preocupações sobre a possibilidade de uma porcentagem baixa de oficiais do sexo feminino em equipes de gestão resultar numa diferença de reações a problemas das mulheres no caso de um desastre.

O governo consultou as municipalidades a esse respeito, e descobriu que municípios onde não há funcionárias na gestão de desastres estão estocando menos suprimentos para mulheres do que aqueles onde há 10% ou mais delas em tais equipes. Os suprimentos em questão incluem roupas íntimas femininas, produtos sanitários, mamadeiras e fraldas para bebês e banheiros portáteis.

A professora Ikeda Keiko, da Universidade de Shizuoka, vem estudando o apoio oferecido a mulheres em regiões atingidas por desastres.

Ela diz ter ficado surpresa ao encontrar mais municipalidades do que havia previsto sem mulheres em suas seções de gestão de desastres. Segundo Ikeda, governos locais deveriam levar a questão a sério e considerar que passos devem tomar para evitar que residentes do sexo feminino sofram com problemas de saúde ou pressão psicológica no caso de um desastre.

Estas informações são do dia 24 de fevereiro de 2023.

3. Motivos por trás do atraso em nomear mulheres encarregada pela mitigação de desastres

Uma pesquisa realizada pelo governo do Japão revelou que mais de 60% dos municípios japoneses não possuem nenhuma funcionária do sexo feminino encarregada pela mitigação de desastres. No terceiro episódio da nossa série sobre a mitigação de desastres pelo ponto de vista feminino, perguntamos a uma especialista sobre os motivos por trás do atraso em nomear mulheres para tais cargos.

A professora Ikeda Keiko, da Universidade de Shizuoka, estuda os tipos de suportes oferecidos a mulheres em áreas atingidas por desastres. Ela afirma que uma das causas para tal atraso é a dificuldade que mulheres encarregadas de criar seus filhos enfrentam para ocupar cargos em que é necessário trabalhar em horários irregulares. No caso da ocorrência de um tufão, fortes chuvas ou terremoto, é comum que funcionários encarregados pela mitigação de desastres sejam requisitados com urgência no trabalho de madrugada, ou que tenham que passar a noite trabalhando.

De acordo com a professora Ikeda, mais mulheres serão capazes de ocupar tais posições caso haja creches suficientes. Se os municípios não são capazes de nomear uma mulher imediatamente para tais cargos, podem distribuir responsabilidades entre funcionárias que ocupam cargos em outras áreas para que ajudem com a gestão de centros de evacuação e revisão de estoques. Outra opção é pedir a ajuda de organizações locais de mulheres. A professora Ikeda afirma que os municípios precisam trabalhar para identificar medidas realísticas que podem ser implementadas.

Uma pesquisa do Escritório do Gabinete sobre governos locais em todo o país revelou que medidas de prevenção de desastres são melhor implementadas quando contam com a participação de mulheres. Já que é necessário envolver um maior número de mulheres no trabalho de mitigação de desastres, o Escritório do Gabinete afirma que irá trabalhar para desenvolver medidas para concretizar tal meta, após entrevistar governos locais sobre problemas pendentes e contramedidas necessárias.

Estas informações são do dia 27 de fevereiro de 2023.

4. Problemas que mulheres enfrentaram durante desastres no passado

Na quarta parte de nossa recente série sobre medidas de mitigação de desastres sob o ponto de vista das mulheres, vamos descobrir quais são os problemas que elas enfrentaram durante desastres no passado, para poder entender suas necessidades.

Quando acontece um desastre, é comum muitas pessoas se refugiarem em abrigos de emergência e passarem algum tempo ali. No passado, mulheres tiveram de enfrentar problemas sérios nesses abrigos. De acordo com uma pesquisa realizada na província de Kumamoto após o terremoto de 2016, 77% dos pacientes hospitalizados com a chamada síndrome da classe econômica eram mulheres. Asano Sachiko, uma representante do Centro de Treinamento para Gênero e Redução de Riscos de Desastres, diz que muitas mulheres tentaram evitar ao máximo ir ao banheiro enquanto viviam nos abrigos, por não haver distinção entre os banheiros de homens e de mulheres ou por condições anti-higiênicas. Ela explica que, como resultado, muitas mulheres diminuíram o consumo de água e acabaram ficando com a síndrome da classe econômica.

Depois do desastre que atingiu o nordeste do Japão em 2011, muitas mulheres reclamaram da falta de espaço para trocar de roupa ou para secar as roupas lavadas. Outras reclamaram que cozinhar era uma tarefa esperada apenas das mulheres ou que não conseguiam dormir bem com um homem estranho deitado ao seu lado.

Estas informações são do dia 28 de fevereiro de 2023.

5. Iniciativas para resolver problemas nos centros de abrigo

Na quinta parte de nossa série sobre medidas de mitigação de desastres do ponto de vista das mulheres, vamos apresentar como iniciativas lideradas por elas para melhorar o ambiente resolveram problemas nos centros de abrigo.

Após o terremoto seguido de tsunami de 2011 no nordeste do Japão, foi ativado um centro de abrigo na cidade de Tome, província de Miyagi, com responsáveis homens. Foi comentado que eles não percebiam as preocupações e necessidades das mulheres no local. Numa proposta para resolver suas necessidades, mulheres envolvidas com atividades para igualdade de gênero elaboraram um formulário de requisição de roupas íntimas, produtos para cuidados pessoais, serviços, etc., e o distribuiu entre as mulheres no centro. Com a cooperação das autoridades municipais e outros, os itens requisitados foram entregues em um mês.

Depois do terremoto de Kumamoto de 2016 no oeste do Japão, mulheres lideraram a operação de um centro de abrigo em uma escola fundamental na cidade de Mashiki. A primeira coisa que fizeram foi o zoneamento das instalações. Elas designaram o espaço próximo à entrada do ginásio da escola para idosos e pessoas que necessitavam de cuidados especiais. As líderes também reservaram uma sala de aula separada do ginásio para que crianças pequenas e mulheres pudessem ter maior privacidade.

Os banheiros compartilhados por homens e mulheres foram separados por gênero. Além disso, as operadoras encorajaram as pessoas abrigadas a ajudar nas tarefas independente do gênero, como limpeza e distribuição de refeições.

Estas informações são do dia 1º de março de 2023.

6. Esforços para encorajar as mulheres a participarem de atividades

Na sexta parte desta série sobre medidas de mitigação de desastres do ponto de vista feminino, vamos observar os esforços para encorajar as mulheres a participarem de atividades visando melhorar a preparação das comunidades para situações de emergência.

Kawamukai é uma área da cidade de Aki, província de Kochi. Acredita-se que ela esteja enfrentando altos riscos de desastres decorrentes de megaterremotos que devem ser desencadeados pela Fossa de Nankai. Simulações de desastres nesta área contam com a participação de amplas gamas de faixas etárias, de crianças a idosos, incluindo muitas mulheres. Cabe ao conselho de mitigação de desastres encorajar a participação feminina em tais atividades. As regras do conselho estipulam que metade de seus 30 membros de diretoria deve ser do sexo feminino. Essas regras tornaram mais fácil para as mulheres darem suas opiniões, ocasionando mudanças nas medidas de preparação para desastres.

Durante as simulações, moradores fornecem diversas ideias a partir de seus pontos de vista. Alguns dizem que banheiros masculinos e femininos em centros de evacuação não devem ser instalados um ao lado do outro, ao passo que outras pessoas desejam que áreas de serviço ou lavanderia sejam separadas tanto para homens como para mulheres. Um membro do sexo masculino pertencente à comissão afirmou que as mulheres levantam pontos difíceis de serem notados pelos homens. Segundo ele, as opiniões delas também devem ser levadas em conta na formulação do plano de evacuação do município.

Já um especialista em preparação para desastres declarou que é importante incluir mulheres nas atividades em épocas normais, ao invés de apenas após a ocorrência de desastres.

Estas informações são do dia 2 de março de 2023.

7. Informações úteis para mulheres e pessoas acompanhadas de crianças durante evacuação

Na última parte desta série sobre medidas de mitigação de desastres do ponto de vista feminino, damos informações úteis para mulheres e pessoas acompanhadas de crianças no momento da evacuação.

O Centro de Treinamento para Gênero e Redução de Riscos de Desastres, um grupo que trabalha na disseminação de informações sobre mitigação de desastres com uma perspectiva feminina, disse que os seguintes itens devem ser levados por tais pessoas ao se dirigirem a centros de abrigo.

Eles incluem itens básicos diários tais como água e comida, roupas e medicamentos, assim como escova de dentes e toalhas. Além disso, diz que absorventes e toalhas de limpeza corporal são outros itens essenciais. Sacos de lixo opacos são úteis para jogar artigos sanitários e outros itens usados. Esses sacos de lixo também podem ser usados como cortina. Podem ainda ser abertos furos neles de modo que possam ser vestidos para manter o corpo aquecido.

Leite em pó para bebês e alimentos para desmame também devem ser levados ao buscar abrigo junto com bebês e crianças pequenas. Também é uma boa ideia levar um brinquedo de pelúcia que a criança costuma brincar para que ela possa sentir-se mais tranquila.

Caso houver falta de água e não for possível lavar mamadeiras de modo apropriado, podem ser usados copos de papel como substitutos. Pauzinhos descartáveis podem ser usados para dissolver o leite em pó. Mesmo bebês recém-nascidos podem beber com copo de papel se a criança for posta na posição vertical e o copo for levado a seus lábios.

Asano Sachiko, uma diretora do centro de treinamento, diz acreditar que os itens essenciais variam de pessoa para pessoa, e espera que cada um personalize e prepare os itens que respondam a suas necessidades.

Estas informações são do dia 3 de março de 2023.



Alertas de movimentos do solo de longo período são acrescentados ao sistema de alerta urgente de terremoto

1. Características dos movimentos

Movimentos do solo de longo período foram acrescentados ao sistema de alerta de emergência para terremotos, a partir do dia 1º de fevereiro. Desta vez, na primeira parte desta nova série, vamos observar as características dos movimentos do solo de longo período.

Movimentos do solo de longo período têm um ciclo de vibração longo que pode ser observado em grandes terremotos. O fenômeno provoca o movimento amplo e lento de oscilação dos arranha-céus. Ele é caracterizado pelo fato de que o sacolejo não diminui facilmente mesmo que o arranha-céu esteja situado longe do epicentro.

O Grande Terremoto do Leste do Japão, ocorrido em 2011, fez com que até mesmo arranha-céus localizados em Tóquio e Osaka balançassem. Na cidade de Osaka, o prédio do governo provincial – que está a 770 quilômetros de distância do epicentro – sacolejou por mais de dez minutos e seu andar mais alto teve uma oscilação de quase três metros. Isso fez com que os elevadores parassem de funcionar, além causar o desabamento de tetos e paredes.

O governo japonês considera que, no evento de um megaterremoto que atinja a Fossa de Nankai – ao largo da costa do Pacífico do Japão – isso provocaria movimentos do solo de longo período, e sacolejos de dois a três metros seriam observados em prédios altos nas três regiões metropolitanas em torno de Tóquio, Nagoya e Osaka. Segundo o governo, a extensão do fenômeno pode ser maior do que a registrada no Grande Terremoto do Leste do Japão.

Estas informações são do dia 16 de fevereiro de 2023.

2. Classificações de movimentos de solo

Na segunda parte da série, vamos falar sobre as classificações de movimentos de solo.

A agência divide os movimentos de solo numa escala de 1 a 4. A nova classificação foi acrescentada porque a medição de intensidade utilizada largamente para terremotos no Japão é usada para abalos relativamente curtos na superfície do solo. Ela não pode descrever exatamente tremores longos e lentos, que fazem os edifícios altos balançarem.

A agência define como Classe 1 os movimentos de solo que são sentidos pela maioria das pessoas dentro de edifícios ou casas. Algumas pessoas podem ficar surpresas.

No movimento de solo de Classe 2, pessoas dentro de edifícios ou casas sentem um forte tremor e têm dificuldade para andar sem se segurar em algo.

Na Classe 3, pessoas têm dificuldade para ficar em pé, objetos com rodas no interior de edifícios ou casas movimentam-se consideravelmente e móveis instáveis podem cair.

Na Classe 4 de movimento de solo, as pessoas precisam engatinhar para se locomover, objetos com rodas podem se movimentar consideravelmente e tombar, e a maior parte dos móveis que não estiverem presos a nada podem se mover ou mesmo cair.

Em áreas onde forem previstos movimentos de solo de Classes 3 ou 4, a agência emitirá alertas urgentes de terremoto.

Estas informações são do dia 17 de fevereiro de 2023.

3. mudanças feitas no sistema de alerta urgente

Na terceira parte da série, destacamos as mudanças feitas no sistema de alerta urgente.

A agência agora emite alertas, como parte de seu sistema de alerta de emergência para terremotos, para áreas onde estejam previstos movimentos de longo período do solo de categorias 3 e 4. A categoria 3 significa que é difícil para indivíduos se manterem em pé. A categoria 4 significa que é necessário abaixar e engatinhar para se mover.

Além de alertas para previsão de fortes terremotos com intensidades 5 fraco ou acima, na escala japonesa, a agência emite alertas para áreas onde estejam previstos movimentos do solo de longo período, pedindo que pessoas que se encontrem em edifícios altos tomem medidas para se proteger.

Funcionários da agência explicam que após a emissão de alertas nas áreas próximas a epicentros, avisos adicionais podem ser emitidos em outras áreas onde estejam previstos movimentos de longo período do solo, já que esta agitação prolongada pode afetar localidades distantes de um epicentro.

A agência informa que o Japão observou 33 terremotos seguidos de movimentos de longo período do solo de categorias 3 e 4 desde o ano 2000. Isso inclui o terremoto de março de 2011 no nordeste do Japão e os terremotos de 2016 na província de Kumamoto.

Estas informações são do dia 20 de fevereiro de 2023.

4. Como devemos responder no caso de um alerta de emergência emitido quando estivermos em um prédio alto

Movimentos do solo de longo período foram acrescentados ao sistema de alerta urgente da Agência de Meteorologia do Japão, em 1º de fevereiro. Desta vez, na quarta parte da série, vamos saber como devemos responder no caso de um alerta de emergência emitido quando estivermos em um prédio alto, e o que podemos fazer com antecedência.

O professor Hisada Yoshiaki, da Universidade Kogakuin, é especialista em movimentos do solo de longo período e em medidas para prevenção de desastres em prédios altos. Segundo ele, em princípio, devemos buscar abrigo em um lugar seguro próximo ao local em que estivermos. Isso porque podemos cair e nos machucar se corrermos para baixo. Além disso, podemos ser atingidos por objetos que caem se corrermos para fora.

Hisada afirma que, quando estivermos em um prédio, devemos nos afastar e nos manter seguros de objetos que podem cair, derrubar ou derrapar. Por exemplo: uma copiadora pesada com rodinhas pode se mover de um lado a outro. Mantenha-se afastado de tais máquinas quando elas não estão fixas. Abrigue-se sob uma mesa caso veja uma. Se não, cubra a cabeça e deite-se no chão para não ser derrubado pelo choque. O funcionamento de elevadores deve ser suspenso em caso de terremoto. Caso esteja dentro de um, saia dele no andar mais próximo.

Ainda de acordo com Hisada Yoshiaki, há coisas que podemos fazer como preparação para reduzir riscos potenciais. O especialista diz que podemos fixar móveis, estantes e prateleiras para que eles não caiam ou deslizem quando ocorre um tremor. Hisada acrescenta que é importante participar de simulações e construir relações de cooperação com vizinhos e colegas de trabalho para que possamos ajudar uns aos outros em caso de necessidade.

Estas informações são do dia 21 de fevereiro de 2023.

5. Medidas adotadas em prédios altos

Na quinta parte da série, destacamos as medidas adotadas em prédios altos e as informações fornecidas pela NHK.

Desde 2013, uma grande imobiliária que administra e opera diversos prédios altos começou a implementar seu próprio sistema que identifica movimentações do solo de longo período. O sistema foi elaborado para fornecer notificações visuais e em áudio para o centro de desastre da firma após a detecção de movimentos do solo de longo período. Sismógrafos colocados dentro de um prédio conseguem projetar rapidamente que partes do edifício ficariam danificadas ou quais andares balançariam mais.

Caso o epicentro do terremoto esteja distante, informações sobre o alerta de terremoto para movimentos de longo período do solo conseguem ser transmitidas ao edifício antes que ele comece a balançar. A empresa afirma que, assim, agora consegue parar imediatamente todos os elevadores no andar mais próximo ao que se encontram, e fazer anúncios de alertas em todo o prédio antes que ele comece a balançar.

Ao mesmo tempo, por parte da NHK, após um alerta ser emitido, a emissora irá atualizar os espectadores de TV com as informações mais recentes. Caso haja previsão de que áreas adicionais podem vir a observar fortes tremores, legendas com os nomes das regiões adicionais serão exibidas.

Já nos serviços de rádio da NHK no Japão, após um alerta de emergência para terremoto ter sido emitido por um serviço automático, os ouvintes serão notificados sobre todas a áreas sujeitas ao alerta, bem como sobre outras áreas e províncias que podem vir a ser adicionadas à lista.

Estas informações são do dia 22 de fevereiro de 2023.



Como devemos agir na ocorrência de forte terremoto?

1. Como devemos agir na ocorrência de forte terremoto?

A NHK está respondendo a perguntas de ouvintes sobre a maneira de agir na ocorrência de grandes desastres naturais. Na primeira parte desta série, vamos falar sobre os tipos de informação e alertas referentes a um forte terremoto, assim como os pontos que devem ser mantidos em mente.

A Agência de Meteorologia do Japão irá emitir, por vezes, um "alerta antecipado de terremoto" pouco antes da ocorrência de um grande tremor. Contudo, pode haver pouco tempo entre o alerta e o terremoto em si. Além disso, muitas vezes, a agência pode não ser capaz de emitir um alerta a tempo. A prioridade, em caso de tremor, é adotar medidas para garantir sua segurança.

Quando estiver dentro de casa ou edifício:
1) Proteja sua cabeça, e procure um lugar seguro, como embaixo de uma mesa robusta;
2) Evite correr para fora ou tentar desligar o fogão a todo custo ou outros eletrodomésticos relacionados a fogo;
3) Se estiver em um local com muitas outras pessoas, não se apresse em sair;
4) Procure não ficar embaixo de luminárias pendentes ou outros objetos suspensos;
5) Caso esteja em um elevador, pare no andar mais próximo.

Se estiver fora:
1) Afaste-se de edifícios caso as paredes estiverem desmoronando, e tome cuidado com a queda de letreiros e vidros de janelas quebradas;
2) Procure se refugiar dentro de um edifício se a construção parecer ser forte;
3) Tome cuidado com o desmoronamento de paredes feitas de blocos de concreto e queda de máquinas automáticas de venda;
4) Procure ficar longe de montanhas ou encostas onde há risco de queda de rochas ou ocorrência de deslizamentos de terra;
5) Se estiver dirigindo um carro, não desacelere imediatamente. Primeiro, ligue o pisca-alerta, e depois, desacelere o veículo. A chave do carro deve ser mantida dentro do próprio veículo ao deixá-lo.

As informações são do dia 4 de abril.

2. Intensidade e possíveis efeitos – Parte 1: Escalas de 1 a 4

Nesta edição, vamos falar sobre a escala de intensidade sísmica empregada pela Agência de Meteorologia do Japão.

Conhecida como “shindo” em japonês, a Agência de Meteorologia do Japão emprega a escala ao emitir um alerta prévio de terremoto. Ela é calculada por medidores posicionados em todo o país. A escala possui dez níveis: 0, 1, 2, 3, 4, 5 fraco, 5 forte, 6 fraco, 6 forte e 7.

A agência define cada escala da seguinte maneira, tendo como base os possíveis efeitos causados pelo tremor:

0: Imperceptível para as pessoas, mas registrado pelos sismômetros.

1: Sentido levemente por algumas pessoas em silêncio em um ambiente fechado.

2: Sentido por muitas pessoas em silêncio em um ambiente fechado. Algumas pessoas podem despertar do sono. Objetos pendurados, como lâmpadas, balançam levemente.

3: Sentido por muitas pessoas em um ambiente fechado. Sentido por algumas pessoas caminhando. Muitas pessoas despertam do sono. Pratos dentro de armários podem chacoalhar. Fios elétricos balançam ligeiramente.

4: A maioria das pessoas fica assustada. Sentido pela maioria das pessoas caminhando. Maior parte das pessoas despertam do sono. Objetos pendurados, como lâmpadas, balançam consideravelmente, e pratos dentro de armários chacoalham. Peças de decoração instáveis podem cair. Fios elétricos balançam consideravelmente. Pessoas em veículos em movimento podem sentir o tremor.

As informações são do dia 5 de abril.

3. Intensidade e possíveis efeitos – Parte 2: Nível 5

Nesta edição da série sobre a escala de intensidade sísmica empregada no Japão, vamos focar no nível 5, que é, por sua vez, subdividido em níveis fraco e forte. A Agência de Meteorologia do Japão define cada nível conforme os possíveis efeitos que o sismo pode causar, como se segue.

Nível 5 fraco
Muitas pessoas ficam assustadas e sentem que precisam segurar em algo estável. Objetos pendurados tais como luminárias balançam violentamente. Pratos em guarda-louças e itens em estantes podem cair. Peças de decoração instáveis podem cair. Móveis sem fixação podem se deslocar e móveis instáveis podem até mesmo tombar. Em alguns casos, vidros de janelas podem quebrar e se espalhar. As pessoas notam postes elétricos a balançar, e as ruas podem sofrer danos.

Nível 5 forte
Muitas pessoas têm dificuldades em se mover, sendo difícil andar sem segurar em algo estável. É mais provável que pratos em guarda-louças e itens em estantes venham a cair. Televisores podem cair do suporte e móveis sem fixação, tombar. Vidros de janelas podem quebrar e se espalhar, paredes com blocos de concreto sem reforço podem desmoronar e máquinas automáticas de venda mal instaladas podem tombar. Automóveis podem parar de forma repentina já que motoristas podem ter dificuldade em continuar dirigindo.

As informações são do dia 6 de abril.

4. Intensidade e possíveis efeitos – Parte 3: Níveis 6 e 7

Nesta edição da série sobre a escala de intensidade sísmica empregada no Japão, tratamos do nível 6, que é subdividido em fraco e forte, e do nível 7.

A Agência de Meteorologia do Japão designa cada nível de acordo com seus prováveis efeitos, como explicamos a seguir.

No nível 6 fraco, é difícil ficar em pé. Móveis não afixados na parede ou no chão deslocam-se de lugar e podem tombar. Portas podem ficar emperradas. Ladrilhos de fachadas e vidraças podem sofrer danos e cair.

No nível 6 forte, é impossível ficar em pé ou se deslocar sem estar agachado. Pessoas podem ser lançadas no ar. Quase todos os móveis não afixados no lugar se deslocam e a probabilidade de tombamento é maior. Torna-se mais provável a queda de ladrilhos de fachadas e vidraças. Tombam quase todos os muros de blocos de cimento construídos sem estrutura de concreto armado.

No nível 7, o mais elevado, quase todos os móveis não afixados no lugar se deslocam e tombam, podendo até mesmo ser lançados no ar. Torna-se ainda mais provável a queda de ladrilhos de fachadas e vidraças. Podem tombar todos os muros de blocos de cimento, mesmo os construídos com estrutura de concreto armado.

As informações são do dia 7 de abril.

5. Movimento do solo de longo período

Hoje, vamos falar sobre movimento do solo de longo período.

Um forte terremoto pode gerar movimento do solo de longo período, que faz com que arranha-céus balancem lentamente por bastante tempo, podendo afetar prédios localizados a centenas de quilômetros do foco do tremor. Quanto maior e mais raso for o foco do terremoto, maior a probabilidade de acontecer o movimento do solo por longo período. Mesmo quando for pequena a intensidade do abalo sentida em terra, o movimento de longo período poderá provocar grandes oscilações nos andares superiores de arranha-céus.

No terremoto ocorrido em março de 2011, no nordeste do Japão, prédios altos não somente em Tóquio, mas também em Osaka, localizados a aproximadamente 700 km do foco do tremor, sofreram danos por causa do movimento do solo de longo período. O nível de intensidade registrado em terra era de 3, na escala japonesa que vai até 7, em Osaka na época.

Quando ocorre movimento de longo período, móveis e equipamentos como copiadoras com rodinhas irão se mover consideravelmente. Móveis que não estiverem afixados podem se deslocar ou tombar. Proteja-se procurando um lugar com poucos móveis e objetos até que pare o tremor.

As informações são do dia 8 de abril.

6. Impacto em serviços públicos e infraestrutura

Na sexta parte desta série, vamos falar sobre como terremotos podem afetar o fornecimento de serviços públicos e infraestruturas.

A Agência de Meteorologia do Japão alerta que um grande terremoto pode afetar a vida cotidiana da população em diversos aspectos. Vamos explicar alguns deles:

Gás: Sensores ou aparelhos de segurança em medidores de gás podem ser ativados e interromper o fornecimento. Na ocasião de um forte tremor, o fornecimento de gás pode ser suspenso em todo o bairro.

Água e eletricidade: Pode haver suspensão dos serviços de fornecimento de água, bem como blecautes.

Serviços de trens e vias expressas: serviços ferroviários podem ser interrompidos e vias expressas podem ficar fechadas até que seja confirmada a segurança. Operadores podem impor restrições de velocidade e outros aspectos, por critério próprio.

Telefones e outros meios de comunicação: Pode haver congestionamento das linhas telefônicas e dos serviços de internet, já que muitas pessoas nas áreas afetadas e arredores podem tentar confirmar que estão seguras a seus amigos e familiares, ou buscar informações sobre o desastre. Para evitar o congestionamento de linhas, operadoras de telecomunicações oferecem quadros de avisos e serviços de discagem para mensagens.

Elevadores: Elevadores com sensores de controle para terremotos podem parar automaticamente por questões de segurança. Os serviços são retomados somente após a verificação da segurança, o que pode levar algum tempo.

As informações são do dia 11 de abril.

7. Cuidados a tomar após um grande terremoto

Hoje, vamos falar sobre os cuidados a serem tomados após tal desastre.

1) Edifícios com pouca resistência a tremores podem ruir. Se houver preocupações, busque refúgio em centros de evacuação.

2) Deslizamentos de terra podem acontecer em penhascos e encostas. Se houver preocupações, busque refúgio em centros de evacuação. Se não puder ir para tais instalações, permaneça num andar superior ao térreo, ou vá para cômodos afastados de penhascos e encostas.

3) A liquefação do solo pode ocorrer em aterros e regiões próximas a rios, causando o amolecimento e rachaduras na superfície do solo. Olhe onde pisa durante uma evacuação.

4) Incêndios em áreas próximas podem se espalhar e chegar ao seu bairro. Proteja-se em locais de evacuação antes que seja tarde demais.

5) Durante apagões você poderá precisar de velas, mas certifique-se de apagá-las após seu uso. Desligue também a chave-geral da eletricidade antes de abandonar sua casa para evitar que incêndios tenham início em cabos elétricos rompidos, quando a energia elétrica voltar.

As informações são do dia 12 de abril.

8. Tremores que ocorrem após o primeiro sismo

Hoje vamos informar sobre os cuidados a se tomar quando uma série de tremores ocorre após o primeiro sismo.

Um terremoto forte é, com frequência, seguido de uma série de tremores.

Há vezes em que um terremoto ainda mais forte pode se seguir ao primeiro tremor. Em abril de 2016, ocorreu na província de Kumamoto, no sudoeste do Japão, um tremor de magnitude 6,5, que registrou nível 7 na escala sísmica japonesa que vai de 0 a 7. Cerca de 28 horas depois, um terremoto de magnitude 7,3 atingiu a mesma área.

Aqui estão os cuidados que se deve ter em mente quando um tremor atingir a área em que reside:

1) Por cerca de uma semana, esteja alerta para a ocorrência de tremores tão fortes quanto o primeiro;
2) Esteja preparado para um terremoto ainda mais intenso que o inicial dentro dos primeiros dias que se seguem;
3) Tenha cuidado com a possibilidade de queda de rochas e deslizamentos de terra;
4) Tenha cautela em relação a possíveis colapsos de edifícios após tremores que registrem níveis 6 ou 7 na escala japonesa de intensidade sísmica.

Residentes de áreas afetadas por um forte terremoto são aconselhados a ficar em alerta para possibilidade de tremores mais intensos que podem ocorrer dentro dos dias seguintes.

As informações são do dia 13 de abril.

9. Armazenagem de suprimentos em preparação para desastres (1) — Entenda "rolling stock"

Armazenagem de suprimentos é essencial nos preparativos para uma possível ocorrência de catástrofes. Contudo, mesmo sabendo disso, muitas pessoas devem ter dúvida sobre os itens a serem armazenados, assim como sua quantidade. Na edição, vamos falar sobre o estoque de suprimentos: quais os produtos devem ser armazenados e maneiras de estocá-los de modo eficiente, sem muitos esforços.

Especialistas em desastres recomendam o que os japoneses chamam de "rolling stock" como a melhor maneira de armazenar provisões de emergência.

Trata-se de um método em que se estocam regularmente os itens de prazo de validade longo, como bebidas e gêneros alimentícios, assim como produtos usados no cotidiano, e utilizá-los quando estiverem chegando as datas de expiração, substituindo-os por novos após usá-los.

Os itens para armazenagem considerados essenciais são água e alimentos.

É necessário estocar os suprimentos de emergência em quantidade equivalente para três dias, no mínimo, mas é recomendável que tenha itens para uma semana.

Não é fácil armazenar água, alimentos e produtos usados no dia a dia para um período de uma semana. Contudo, o método "rolling stock" irá ajudar a preparar os itens necessários.

No que se refere à água potável, são necessários 3 litros por pessoa diariamente, e deve ter no estoque o volume equivalente para 3 dias, no mínimo.

Isso significa que, para dois adultos, o cálculo deve ser feito multiplicando 3 litros por duas pessoas, e depois, por 3 dias, resultando em 18 litros.

Também poderão ser incluídas no armazenamento outras bebidas como chá e refrigerantes.

Nos últimos tempos, água com prazo de validade ampliado, de 5 a 10 anos, vem sendo vendida no Japão. Esses produtos podem ser usados junto com garrafas de água normais na estocagem de bebidas.

Estas informações são do dia 29 de abril.

10. Armazenagem de suprimentos em preparação para desastres (2) — Que alimentos devemos estocar

Estocar suprimentos é uma das medidas essenciais na preparação para um desastre. Nesta série, oferecemos dicas úteis sobre como estocar suprimentos com certa facilidade.

No episódio de hoje, focaremos em que alimentos você deve estocar. É recomendável incluir em seu estoque emergencial comidas que você costuma consumir regularmente com o objetivo de garantir uma quantia suficiente. No entanto, deve-se levar em consideração que pode não ser possível cozinhar em caso de emergência e que, portanto, é aconselhável que sejam incluídos alimentos especiais que você possa consumir sem necessidade de utilizar um fogão.

Os itens mais recomendados são massas e macarrão instantâneo, arroz pré-cozido e alimentos embalados prontos para o consumo — tais como curry ou carne cozida —, como também alimentos enlatados, suco de vegetais e tipos de frutas que duram um longo tempo.

Entre os alimentos para consumo emergencial recomendados para estoque estão um arroz desidratado conhecido como "alpha-mai" no Japão — o qual você pode comer após adicionar água —, pacotes de comida para emergências que contém dispositivos de aquecimento embutidos e lanches como pães e biscoitos desidratados.

Durante emergências, as pessoas tendem a consumir refeições com alto valor de carboidratos. É importante, portanto, preparar alimentos enlatados e sucos de vegetais para que você possa consumir outros nutrientes contidos em carnes, peixes e vegetais.

Também deve-se lembrar que leite, comida para bebês e alimentos hipoalergênicos se tornam escassos durante uma emergência. É importante estocar, portanto, uma quantidade suficiente de tais alimentos para bebês, idosos e pessoas com doenças crônicas e alergias.

Especialistas afirmam que é recomendado manter um estoque de alimentos suficiente para durar duas semanas, já que o suprimento de tais itens pode ser interrompido após um desastre de grandes proporções.

As informações são do dia 2 de maio.

11. Armazenagem de suprimentos em preparação para desastres (3) — Preparativos para a suspensão do fornecimento d’água

Neste episódio, vamos focar na água. Quando há um desastre, o fornecimento d’água pode ser suspenso por tempo indeterminado. Quando isso ocorre, não é possível nem ao mesmo dar descarga no banheiro. Portanto, é necessário estocar água não somente para beber e cozinhar, mas também para outros tipos de uso no dia a dia.

Uma maneira é manter a água na banheira em vez de escoá-la após o uso. No entanto, famílias com crianças pequenas devem tomar cuidado, pois uma criança pode cair acidentalmente dentro da banheira e acabar se afogando.

Além disso, é aconselhável estocar itens que podem ser usados sem água, tais como kits de banheiro de emergência, xampu sem água para lavar o cabelo, lenços umedecidos e filme plástico para proteção de alimentos. Neste último caso, cobrir pratos com o filme plástico ajuda a mantê-los limpos e não há necessidade de água para lavá-los.

Estas informações são do dia 3 de maio.

12. Armazenagem de suprimentos em preparação para desastres (4) — Preparação em caso de blecautes

No episódio de hoje, focamos nas medidas a serem tomadas diante de blecautes ou cortes no fornecimento de energia. Na ocorrência de um blecaute, significa que não haverá luz. Além disso, sem energia, não será possível ligar a televisão ou carregar seu smartphone, o que dificulta a obter informações.

Tenha sob prontidão diversos equipamentos tais como pequenas lanternas, luzinhas para capacetes, iluminação para colocar no pescoço e grandes lanternas (para serem usadas dentro de casa). Lanternas ou lâmpadas de LED são mais apropriadas em caso de necessidade de evacuar sua residência por um período prolongado, pois têm maior durabilidade do que lâmpadas incandescentes.

Como forma de obter informação, também tenha de prontidão rádios portáteis e carregadores de celulares que possam ser recarregados com pilhas ou energia solar.

Em desastres de grandes proporções, sabe-se que o fornecimento de gás é o que leva mais tempo para ser restabelecido, dentre os demais serviços públicos. Assim, é importante ter uma reserva de fogão a gás portátil ou outros utensílios para cozinhar, que o possibilitem preparar alimentos que precisam ser aquecidos.

Ao utilizar um fogão portátil a gás para cozinhar, você vai precisar de cerca de seis garrafas cilíndricas de gás por pessoa, para uma semana.

As informações são do dia 4 de maio.

13. Armazenagem de suprimentos em preparação para desastres (5) — Diferentes artigos de uso cotidiano

Nesta edição, a ênfase é para artigos de uso cotidiano, que são de grande valia quando é preciso passar vários dias em abrigos. A recomendação é manter regularmente na mochila de emergência certa quantidade dos seguintes artigos — trata-se principalmente de coisas que são de difícil compartilhamento com estranhos.

Escovas de dentes, enxaguante bucal; óculos, lentes de contato e solução de limpeza; sanitário portátil, papel higiênico, absorventes femininos; meias femininas (úteis também para prevenir que se formem coágulos sanguíneos nas pernas); tapa-olhos para dormir, protetores de ouvido; sacos de lixo plásticos (úteis também para improvisar capa de chuva ou sanitário); chinelos descartáveis; leques de papel, toalhinhas refrescantes (para o verão); aquecedor de bolso, luvas (para o inverno).

Providenciar tudo de uma só vez pode ser difícil. Lembre-se, porém, que desastres não têm hora para acontecer. É importante manter sempre à mão as provisões extras.

Estas informações são do dia 5 de maio.